quarta-feira, 28 de outubro de 2009

A inversão... maléfica!!!


Infelizmente não está muito longe de vermos nossas mulheres bebendo cachaça nos balcões dos botecos de quinta categoria, cuspindo no chão, dando uma pro santo, coçando os peitos, indo aos estádios em grupos, conversando sobre futebol e homens gostosos e caindo bêbadas na rua, com seus homens indo pra casa decepcionados por suas atitudes, morrendo de vergonha dos vizinhos e dos filhos e pleiteando separações nas esferas judiciais com pedidos de pensão.

O que está acontecendo com a família, com os deveres, com as responsabilidades, com os papéis de cada um, enfim, invertendo-se?

É certo que nossa sociedade vivenciou, há tempos atrás, uma época nefasta de extrema desvalorização da mulher; injusta, bem sabemos, injustificável, recriminável mesmo. Porém, o processo em que a sociedade está imersa e que se observa sem nenhum esforço é tão nefasto quanto àquele.

O que elas estão querendo, vingança? E será que este sentimento de vingança nos conduzirá, a todos, a uma sociedade melhor, mais justa, mais humana, mais familiar, mais eficaz? Repetir os erros de ontem, só que às avessas, resolve todos os problemas criados por uma sociedade que foi injusta em seus conceitos e atitudes? Será uma evolução ou uma involução?

Estamos vivenciando uma fase preocupante. Nossa geração, especialmente a nossa geração, está vivendo a massacrante era da inversão dos papéis: mulher virando homem e homem virando mulher; mulheres preocupadas apenas com seu sucesso profissional e deixando a família em segundo ou terceiro planos, exatamente da mesma forma que outrora era tão absurdo e recriminado na atitude do homem.

No que isso resultará senão numa nova e tão doente sociedade quanto foi a anterior, onde um submete ao outro a humilhações e desconsiderações, sacrificando a família da mesma forma, por fim! Que caminho é este que estamos vendo ser trilhado e aceitando passivos e complacentes? Será que realmente acreditamos que o melhor caminho é a pura e tranqüila inversão dos papéis? Ou, não será o equilíbrio de importâncias e responsabilidades dentro da família ao que todos almejam, e que, no início deste processo, foi apregoado pela própria mulher?

Raciocinemos: nesta fase de transição, estamos vivenciando a falta de critério e respeito na formação de nossos jovens; presenciamos um desmando geral e em todos os sentidos; nossos jovens não respeitam mais nem aos pais, nem ao padre, nem aos mais velhos, e, menos ainda, às autoridades. E credito tudo isso à ausência dos pais em suas formações, pelo excesso de trabalho de ambos e pela inadequação das escolas para suprir tal falta. Não que a escola deva substituir aos pais; não, claro que não... mas ninguém, nem os pais e nem as escolas, está formando o caráter de nosso filhos, antes papel predominantemente da mulher dentro do lar, enquanto o homem era exemplo de profissional e de autoridade. O pai era o mantenedor; a mãe a formadora.

Que tipo de sociedade nos espera daqui a 10 anos? A mesma de há 30 anos atrás? E porque, então, estamos passando por todos esses transtornos? De que está valendo todo o sacrifício a que estamos nos submetendo, nós homens, a todas as separações nos casamentos, a todos os desgastes emocionais, a todas as concessões, a todas as decepções? Estamos abrindo mão de pequenas coisas no dia-a-dia sem nem percebermos as conseqüências disso, e fomentando, com esta atitude, algo que em nada melhorará a vida de nossa sociedade. Vale à pena tudo o que estamos passando? Estou tendo o correto discernimento do atual contexto?

Chegamos ao ponto do homem ser mais apaixonado pela mulher que a mulher pelo homem!!! É ou não é uma completa inversão dos papéis?

Hoje o homem preza mais a manutenção da família que a mulher. Chegamos, a meu ver, no ápice da inversão; no limite, por certo. Quem faz mais para manter a família unida, junta, coesa, hoje, é o homem! A mulher está pouco se lixando para isso, contanto que não interfiram em sua liberdade, em seu trabalho e nem lhe tirem os filhos.

E aí?

Chegamos ao cúmulo da prepotência, descabida, por certo, de se ter uma música amplamente veiculada aonde a compositora se diz "...sou linda, ABSOLUTA, sou fulana de tal!!!"! E olhem que esta compositora está anos luz distante de uma Bruna Lombardi ou uma Luiza Tomé, só pra exemplificar!!! Quanta prepotência; que absurdo; que arrogância!!! Isto deixou, há muito, de ser uma simples e justa luta por valorização para se transformar em desafio, disputa por poder, por espaço, excesso de vaidade, ou seja lá o que mais!

Contraditoriamente a tudo isso, a mulher continua se dizendo admiradora do cavalheirismo, do romantismo, do galanteio, do companheirismo, da gentileza masculina. Até exige de nós estas "qualidades"! Excelente situação: ela se exime de seus papeis familiares como a administração do lar, de assessoria aos filhos, de atenção ao marido, da feminilidade, do carinho, da meiguice e do afeto, e permanece querendo que tenhamos as mesmas atitudes valorizadoras de outrora. Esquece, ela, que o homem era cavalheiro e tudo aquilo lá para protegê-la, para retribuí-la pela atenção recebida dentro do lar e pelo cuidado com seus filhos! Que tipo de retribuição elas acham que estão merecendo hoje? Elas estão preocupadas apenas com suas próprias necessidades, desprezando completamente as nossas. Endureceram suas atitudes, mas, no entanto, continuam esperando, de nós, músicas apaixonadas como "Rosa", do grande mestre Pixinguinha! Engraçado mesmo, né!!!

Ela, a mulher, está "delegando" suas funções dentro da família e do lar para que o marido as assuma, e permanece exigindo as mesmas contrapartidas que nós homens lhes dispensávamos como reconhecimento ao seu grande papel cumprido! Quer melhor? Tenta, ela, se livrar da parte "ruim" que lhes cabia e, como se não bastasse, passa a exigir apenas a parte boa de nosso papel, sobrando para nós homens simplesmente o que não lhes serve: carregar o bujão de gás ou o garrafão d'água para cima; de levar o carro na oficina ou de lavá-lo; de resolver os problemas elétricos, hidráulicos e de alvenaria dentro das casas; de enfrentar marginais para defende-las; de agüentar seus maus humores periódicos e "plenamente justificados" com o argumento de TPMs; de ir com elas ao shopping e ver loja por loja – o que para nós é um verdadeiro inferno! -; de consertar máquinas; e por aí vai.

Resumindo, ela, a mulher, está pacientemente mantendo e aumentando seus privilégios dentro das relações, inclusive transferindo os nossos para ela mesma, e nos deixando apenas com a parte ruim dos dois. Conseguem perceber esse processo!!!!!!!!

Há o argumento de que hoje em dia o salário da mulher é necessário para a manutenção básica da família. Claro! Há tempos atrás, o homem trabalhou muito para que os filhos e até a própria mulher estudassem. Prova clara é que hoje o tempo de escolaridade da mulher é superior ao do homem. Com isso, ela passou a disputar o mercado de trabalho em melhores condições até, óbvio.



Entendamos, então, o que aconteceu: o mercado de trabalho não cresceu o suficiente para absorver esta mão de obra feminina que surgiu quase que instantaneamente; e mais barata. Os homens começaram a perder seus empregos para as mulheres e a terem seus salários achatados pela "invasão" destas mulheres nos seus mercados, mais estudadas e tão capazes quanto os homens. Com o salário passando a ser menor ou até inexistente, o homem não conseguiu mais suprir as necessidades básicas de sua família, passando a precisar do complemento do trabalho profissional da mulher. Caso este processo não tivesse ocorrido, se a mulher não tivesse aumentado a oferta de mão de obra, desvalorizando-a – lei de oferta e procura -, o homem ainda estaria mantendo sua família perfeitamente bem e, quem sabe, até com um aumento médio de salário.
Chegamos, de certo, a um ponto em que não se poderá mais retroagir para re-direcionar o rumo das coisas. Mas temos a obrigação de planejar melhor, de negociar direitos e concessões, papéis e obrigações dentro das famílias para que não tenhamos a destruição total desta instituição tão básica para a sociedade e para o bem viver de todos.

Homens e Mulheres... pensemos: estaremos todos, daqui a pouco tempo, vivendo sós e com nossas famílias desestruturadas, lamentando muito, e tardiamente, toda essa pequena guerra que se está travando sem um objetivo tão nobre assim, mas de conseqüências realmente maléficas para todos!

quarta-feira, 29 de julho de 2009

A Verdadeira Revolução.

“Enquanto não conquista o poder, o grupo político ou partido é generoso, humanitário e progressista, tudo promete e tudo admite. Quando assume o poder converte-se em governo e, assim, passa a ser reacionário às mudanças, conservador em seus atos e cruel com seus oponentes.”
Nicolau Maquiavel (O Príncipe – 1513)

Não se pode ignorar que a política interfere diretamente na vida de todos nós, marcando sua presença via força do poder e, antagonicamente, pela negligência com os atos dos seus apadrinhados.

Ouvi certa vez que nós, povo, só levamos alguma vantagem nas decisões políticas em nosso país quando por um grande acaso calham com os interesses pessoais de nossos políticos ou partidários. Caso contrário, sempre perdemos. E vejo que essa forma de gerenciamento da minha vida perdeu a graça, deixou de ser interessante, passou a incomodar; vai ver pela idade que chega, pela intolerância típica dos maduros, pela exigência de respeito que se aprende a cobrar com o passar dos anos.

Esse modelo quase afrodisíaco para nossos políticos, que se deliciam com o sadismo com que nos tratam, esgotou-se, consumiu-se, implodiu como um buraco negro engolindo toda e qualquer luz que havia no final do túnel. Descuidam-se, a meu ver, os que apelam para a velha “torcida a favor” de que tudo vai mudar, vai melhorar, de que chegará o momento em que eles deixarão um pouco da fatia para nós. Acabou; chegou; parou!

Vejo com muita apreensão os tempos que hão de vir. Não acredito em qualquer mudança. Sai grupo e entra grupo e nada de avançarmos social, ética ou moralmente; nem um passo sequer.

Acredito ter pouca informação para sugerir mudanças coerentes e viáveis. Talvez por isso mesmo muitos me rotulem utópico, sonhador, desconectado da realidade em meus conceitos e idéias.

Não consigo ver como natural, por exemplo, que alguém seja candidato a um cargo eletivo e não queira dar lugar a outro depois de algum tempo. Acredito que nenhum de nossos políticos tenha idéias boas e justas, socialmente falando, o tempo todo. Acho, mesmo, que durante qualquer mandato há no máximo meia dúzia de projetos realmente benéficos à população sugeridos por cada um desses políticos, em qualquer das esferas.

Ninguém é obrigado a ser candidato a nenhum cargo eletivo; nunca soube desta imposição legal. Se alguém é candidato ao cargo de vereador, a exemplo, é por entender que tem algo a fazer em prol de uma comunidade, a favor da melhoria de vida dos cidadãos de uma determinada região. Vejo como uma atitude realmente altruísta. E por esse raciocínio é que sou radicalmente contra reeleição para qualquer cargo: cumpriu seu papel, favor dar a chance a outro! E se por um acaso o que saiu tiver mais alguma idéia, além das seis de sua cota e que seja realmente boa para a população, que a sugira ao que seu lugar assumiu e apenas colabore para que este realize incríveis sete. Qual o problema; não estamos falando de um benefício social, comum a todos? De que importa quem dá o pontapé inicial no projeto?

Na mesma linha, e altruísta que é o cargo ou função política na minha visão, me parece que nada é mais óbvio que manter o salário atual do eleito nos limites do que já percebia antes da vitória nas urnas, tomando por base suas declarações de imposto de renda. Ora... se eu ganhava mil reais por mês exercendo meu humilde cargo de professor secundarista, quando eleito continuarei a viver no mesmo padrão que antes, apenas desempenhando temporariamente uma função diferente. Meu cargo de professor estará garantido para quando meu mandato expirar. E... se eu era um desempregado sem qualquer ganho e sou eleito, passo então a ganhar um salário mínimo nacional.

Entendo que pequenos e trivias conceitos como estes fariam uma verdadeira revolução em nosso país, exterminando de uma vez por todas o câncer social chamado político profissional, que após sua meia dúzia de projetos eminentemente sociais passa a trabalhar exclusivamente em proveito próprio e dos seus, disfarçando de boas as intenções mesquinhas que fundamentam todos os seus demais projetos.

Se formos um pouco mais além nas divagações, constataremos que não deveria ser admitido centro, direita ou esquerda. Quais as funções dessas facções políticas senão a velha e podre disputa de poder e o jogo de interesses particularíssimos, como preconizava Maquiavel ainda no século 16! Não podemos falar, pelo menos em nosso país, em ideologia partidária; nada mais é que uma fachada deteriorada a justificar a briga das vaidades e a locupletação explícita.

Falemos, e porque não, de quebra de sigilo telefônico no congresso e no supremo! Sigilo? Eles não são nossos empregados? Deveriam ser instalados megafones externos em todos os prédios públicos a divulgarem abertamente todas as conversas. Não estão trabalhando a nosso favor? Porque, então, segredos? Chega da hipocrisia das tv’s senado, câmara, cafés da manhã na rádio, entrevistas quase ensaiadas e discursos melodramáticos nos púlpitos da vida.

Nosso câncer social – o político profissional - deve ser extirpado, sob pena de nunca mais termos nosso país em nossas mãos.

domingo, 28 de junho de 2009

Arte e Profissão. Jornalismo: questionamentos!

Fui instigado pela minha filha a opinar sobre a decisão do STF acerca da não obrigatoriedade da formação superior para o exercício da profissão de jornalista, o que realmente me fez pensar muito antes de me debruçar no papel. E exponho minhas conclusões, sem a pretensão de ser conclusivo!

De antemão não sou jornalista, apesar do encanto declarado pela construção de textos. Quem se aventura nesta arte, a de escrever, deve ter em mente que será sempre, em maior ou menor escala, um formador de opinião, o que não é pouca responsabilidade.

Pois bem!
As inúmeras manifestações dos sindicalistas do setor me parecem meramente questões salariais e diretamente ligadas à possível diminuição do poder de negociação entre jornalistas e empresários.

As alegações de que a não exigência da formação superior para o jornalista fará com que se volte à imprensa “marrom”, como diz Rogério Marques, vice-presidente do sindicato dos jornalistas do Rio de Janeiro, são infundadas, visto que este tipo de imprensa nunca desapareceu de nosso meio. Muitos jornalistas se valem dessa obrigatoriedade do diploma para auferirem ganhos extras publicando matérias mesmo que sem concordarem com o que estão escrevendo, imprimindo opiniões tendenciosas e de interesses particularíssimos; os programas policialescos, os jornais de mexericos sobre estrelas, as inúmeras revistas de amenidades, os tablóides de beira de esquina que tratam apenas das desgraças humanas e que não contribuem em nada para a melhora cultural de nossa população estão aí por todos os lados. Será mesmo necessário ter formação superior para assinar tais publicações? De que vale ter formação superior e, ainda assim, contaminar a população com este tipo de informação inútil e agressiva, de mau gosto e maléfica, prestando apenas desserviços!

Escrever é mais arte que técnica; tem muito de talento mesmo.
Os jornalistas estão magoados por haverem sido comparados aos chefes de cozinha, como se uma ofensa fosse. Ora! Estes são verdadeiros artistas, comparação que deveria encher de orgulho os profissionais da imprensa!

A um pintor deve ser exigido diploma das escolas superiores para poder exercer sua arte? Suas obras passam a ser menores por ele não ser graduado? Exija-se, então, diploma de formação superior dos escultores, músicos, artistas plásticos, designers gráficos, etc.

Qual a diferença existente entre a prática do jornalismo e a publicação de livros, alguém pode me dizer? E aos que publicam livros, é exigida formação superior?

Os “graduados” em jornalismo hoje já são responsáveis por muitos males causados a muitas pessoas, publicando opiniões tendenciosas, execrando sem provas ou baseados em poucas frágeis, “matando pessoas moralmente”, como bem disse Carmem Pereira, membro da comissão de ética da Fenaj. Prova disso, e só para ilustrar, foi o episódio da Escola de Base em São Paulo, onde seus proprietários tiveram que fechar a instituição e saírem da cidade após serem acusados de maus tratos às crianças, acusações que se provaram falsas mas que foram exaustivamente exploradas pela imprensa com nível superior que se considera, simplesmente por esta formação, técnica, ética e responsável! O diploma não evita sequer as aberrações ortográficas vistas em nossos jornais periódicos. O que seria de muitos “jornalistas” se os editores de textos não lhes corrigissem automaticamente...!

Não se está, aqui, querendo dizer que a técnica ensinada nos cursos superiores não importa ou é desnecessária. Para algumas funções específicas dentro das redações e no mundo empresarial e corporativo, acredito, continuará a se optar pelos profissionais que possuam esta formação em funções onde a técnica seja imprescindível. Ficará a cargo do bom empresário da comunicação esta análise. O que depreendo da decisão do STF é a possibilidade de se valorizar também o talento ao invés de apenas a técnica, coisas bem diferentes.

Fonte de Pesquisa: Site ABI.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Trânsito!

No trânsito, quando você perceber que a cidade é extremamente mal planejada e com muitos buracos, semáforos demais e muito demorados, que os pedestres são terrivelmente desatentos e que todos estão lhe atrapalhando parece até que de propósito, encoste, chute a primeira lixeira que encontrar e fume um cigarro; você está estressado e guiando rápido demais!

domingo, 7 de junho de 2009

Mídia e Medo!

Bem sabemos a importância da mídia em nosso mundo, transformando-se em uma incontestável formadora de opinião, mais, até, que a própria família hoje em dia!

Chego na casa do meu pai e o pego assistindo a um desses programas policialescos, que só mostram as desgraças sociais através do crime, do furto, do roubo, do trambique, da extorsão e da má-fé, apesar de ter à sua disposição uma TV à Cabo com mais de sessenta canais de informações nacionais e internacionais, esportivos, culturais, educativos, lúdicos, de entrevistas, etc.

O que houve? Por que esta opção?

Em conversa com um programador de rádio, dia desses, lhe perguntei o porquê dessa proliferação de programas policiais na TV e do grande espaço desse tema nas rádios. Sua resposta me deixou ainda mais pensativo: segundo ele, o público “exige” esse tipo de informação. Fiz, de certa forma, a mesma pergunta a uma amiga, curioso em saber o que lhe fazia ser telespectadora assídua dessa mídia policial. Sua explicação foi que queria ver as “caras” dos criminosos para poder se proteger caso encontrasse com algum deles na rua.

Ora, vamos! Qual a chance de ela reconhecer algum dos bandidos apresentados na telinha, já que aparecem dezenas de novos todos os dias e que não se repetem nos outros programas do mesmo gênero? E, se é esse o raciocínio da maioria, vejo como frágil o argumento do meu amigo programador!

Tenho a impressão de que a mídia, em dado momento e sem qualquer pesquisa de opinião, simplesmente optou por essa linha puramente comercial de audiência, baseada num filão genial que é o comprovado interesse do ser humano pela desgraça alheia. Desprezou, por completo, os bons exemplos sociais para, até deliberadamente, transformar a grande massa numa coletividade amedrontada, receosa, desconfiada e maldosa. Quanto mais forem produzidos esse tipo de programa, tanto mais a população, sem outra opção, vai absorver esta informação maléfica como fonte única de temas a serem discutidos nas rodas cotidianas.

Dá pra ter uma noção da sintonia da grande coletividade: o pavor, o medo, a desconfiança. Qual o papel da mídia nisso tudo?

Pergunto se o que veio primeiro foi o programa policial ou a necessidade do público por esse tipo de informação. E a aculturação é de tal forma articulada que os programas policialescos são transmitidos nos mesmos horários e em praticamente todos os canais, numa funesta disputa da audiência pouco classificada, nos deixando completamente sem qualquer boa opção.

Parece-me que se a grande mídia desejasse mudaria esse foco completamente e passaria a ceder esse espaço tão valorizado aos bons exemplos, como às ações das boas e bem intencionadas ONG’s, à entidades humanitárias, aos altruístas.

O resultado social seria muito superior ao que vemos hoje, fazendo com que a grande massa passasse a valorizar a honestidade, a cordialidade, a boa-fé, a humildade e a cidadania. E teríamos novas boas discussões nos cafezinhos da vida acerca de temas humanitários, sociais, ecológicos, políticos (até) e que dessem prazer em viver e debatê-los! A todos esses bons temas são dados, apenas, rodapés de páginas!

A mídia deve assumir de vez seu papel de responsável por grande parte do senso comum e rever profunda e eficazmente sua programação, erradicando definitivamente todo o espaço hoje destinado a esse lixo áudio-visual e, em contraponto, ampliando sobremaneira o dos temas que elevam os cidadãos.

Por fim, qual a contribuição social do programa policial? À vista do constante aumento da violência urbana, vejo que apenas se presta à eleição de seus apresentadores, tidos como paladinos de meia-tijela!

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Ainda há tempo!

“Ninguém pode voltar atrás e fazer um novo começo, mas qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim!”
Chico Xavier.

Há alguns meses prestando serviço no Conselho Tutelar desta cidade de Viçosa do Ceará, me vem chamando a atenção o crescente número de desvios de comportamento entre crianças e adolescentes.

De tudo um pouco se vê: evasão escolar, pequenos e grandes delitos, arrogâncias e prepotências; um errôneo esteio nos ditames do Código de Defesa da Criança e do Adolescente para amparar más condutas, e, o que credito como principal, a falta de respeito com os mais velhos e até com os próprios pais.

Vemos crianças de 10, 12, 14 anos afrontando seus pais quando estes tentam lhes impor algum limite, seja na cobrança de seus estudos e freqüência às aulas; seja no cerceamento do direito de sair de casa na hora que eles bem entendem, negligenciando, inclusive, os estudos e as obrigações de cooperação no lar; seja no aconselhamento acerca de amizades pouco recomendadas; seja no horário de voltar para casa ou de refeições, etc, etc, etc, enfim. Os jovens estão avessos a todo e qualquer limite que qualquer adulto lhes queira impor e que, bem sabemos, moldam os cidadãos de bem. Perdeu-se por completo o respeito, ou o temor, como queiram, por todo e qualquer tipo de autoridade, seja ela paterna, policial, religiosa ou simplesmente instituída.

A máxima “Para cada direito corresponde uma obrigação cumprida!” já não está mais valendo nos dias de hoje. Eles querem poder gozar de todos os direitos – inclusive dos que ainda não lhes cabem, como beber, jogar, virar noites em farras e orgias –, negligenciando por completo toda e qualquer obrigação, até a de ser cordial com seus semelhantes, tanto menos com seus pais.

O que houve?

Em algum momento da trajetória de nossa sociedade houve um pequeno desvio que, como nas rotas de uma aeronave, resultou numa distância muito grande em relação ao destino.

Aonde anda o respeito aos mais velhos e à palavra dada? Aonde anda o trabalho de sol-a-sol que sempre evitou a ociosidade e, por conseqüência, a vadiagem? Aonde anda o orgulho por ver sua família bem estruturada e assistida? Aonde anda a religiosidade? Aonde andam, por fim, o amor, a consideração e a obediência?

Sinais, como se fora uma febre, de que há uma doença se instalando em nosso corpo social.

Fórmulas não existem. Temos, sim, que educar esses filhos e re-educar seus pais, visando dar a estes a segurança necessária para tornar as suas influências sempre mais significativas que as da TV, que as do consumismo, que as das amizades funestas; e àqueles a antiga segurança de que seus pais continuam querendo apenas o seu bem-estar e sua boa formação. Lembrar a todos, por fim, que partindo da boa estrutura familiar é que teremos a sociedade com a qual todos sonhamos.

E para isso venho humildemente sugerir duas pequenas atitudes: a implantação de um serviço militar obrigatório em nossa região e a organização de uma escola exclusivamente para pais.

Sei das críticas que receberei pela idéia militar. Apesar de nunca haver feito parte de nenhuma das três armas, sei do esmero à disciplina por elas imposta. É o princípio, a meu ver, de todo o resto.

Mas de nada valerá esta atitude isoladamente. Por isso a sugestão da escola para pais, onde estes receberão subsídios para dar prosseguimento ao iniciado nos quartéis. Junto a isto a participação regular de ambos os pais na escola do filho, acompanhando com professores e direção as possíveis e necessárias correções de rumo.

1 – Tiro de Guerra:
Onde o jovem terá instrução militar em um turno e estudará regularmente em outro, sem contar com as atividades esportivas característica nesta formação.

2 – Escola para Pais:
Formada prioritariamente por educadores sociais e membros das comunidades reconhecidamente bem sucedidos na arte de educar e, o mais importante, detentores de bom conceito nessas comunidades.

Os programas, digamos, “didáticos” deverão ser discutidos entre a equipe formada para coordenar este projeto, contando com a participação de assistentes sociais e psicólogos.

Entendo que estaremos criando uma geração nova com novos valores morais e evitando o futuro lamentável que hoje se nos apresenta.

Não contemplo nesta ação a correção dos atuais “delinqüentes”. Para estes, uma vez que os mecanismos sociais e jurídicos que temos se mostraram pouco eficazes, não vislumbro soluções senão paliativas. Preocupo-me, pois, com as gerações vindouras, com os recém casados que virão a ter seus filhos e com estes novos filhos. Poderemos, pois, “sanear” a relação entre pais e filhos se começarmos neste instante.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Diz, bicho!

O "diz, bicho!" foi criado como um espaço para temas variados.

Espero que aprovem o que postarei aqui regularmente.

Aceito bem as críticas, que, para mim, são uma forma de crescimento!

Agradeço, antecipadamente, aos que participarem e pelas simples visitas!

Beijo a todos!

Valcir Machado