segunda-feira, 23 de abril de 2012

Escapada.

Fujo da tristeza por atalhos que ela desconhece,
E planto novas raízes onde doces aromas suaves a assustarão.
Uso as mesmas sandálias surradas dessa vida - únicas comigo,
Sequer disfarço novos rastros, nem temo mais uma solidão.

Desisti de percorrer as mesmas veredas

A me levarem de volta aos mesmos caminhos.
Conhecidos caminhos que me retiveram nas veredas,
Desesperança em velhos confusos carinhos.

Sigo, e à frente apenas folhas, flores, rumos a perder de vista,
É meu ofício agora seguir, afora sonhar meu sonho.
À sombra de palmeiras gigantes, disfarces do céu que já não via,
Flutuo alheio em vento lento, leve, alento, risonho.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Volta, vida!

Que na vida, as surpresas me levem a cada dia
Entre ventos com ares matinais
Cheio das descrenças leves da saudade
Imerso na lembrança tua.

Sem temores nem enganos,
Reserva-me o sorriso que lembro
E temi perder um dia - chegadas e idas
Por entre turvas vielas em noites sem lua.

Dá o sinal que espero em sofrimento pleno
Ansiedade chorada nos becos estranhos
Por onde anda meu coração em desespero
Por tua imagem viva, suada, nua.

Teu olhar sorrateiro chega, se deita num acalanto
Ladeia meu peito ainda ao relento
Estranho novo re-sentimento
Que dentro agora se refugia, me flutua.