segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Crédito concedido; pagar, como?

Lembro de uma reunião que tivemos quando a empresa decidiu abrir contas em um banco oficial para todos os funcionários, visando facilitar o pagamento mensal e sua própria segurança. Medida bem pensada e que traria benefícios a todos, vez que não se transitaria mais com valores em espécie e nem ela, empresa, estaria com o caixa tão alto nesses dias de pagamento.

Recebemos a visita de um gerente deste banco nos informando de todas as 'imensas facilidades' que o banco ofereceria e das 'vantagens' de sermos seus clientes. Por conta desta parceria, o banco estava disponibilizando para todos os funcionários um cheque especial de valor igual ao salário percebido, inclusive para os que ganhavam salário mínimo, sem maiores explicações sobre sua utilização ou consequências.

Tive que me adiantar e esclarecer aos funcionários mais simples, e sem o hábito das transações bancárias, o que significava este cheque especial, que não era salário, apesar de figurar sempre em seu saldo. Que tivessem muito cuidado quando fossem utilizar fundos da conta, para que não confundissem o seu salário com os recursos do banco, além uma breve explicação sobre a cobrança dos juros compostos caso utilizassem seus limites especiais. No que mais me empenhei foi para explicar o sacrifício que fariam para cobrir o cheque especial, caso o utilizassem.

Notícia de agora do Diário do Grande ABC, por sua colunista Gilmara Santos, trata de informação dada pelo Serasa mostrando o aumento de 46,3% na concessão de crédito pessoal para a camada da população que ganha até $500,00, em 2010. Nas camadas de renda mais elevadas, o aumento foi muito menor.

Esta claro que esta camada da população acredita bem mais na propaganda da excelente situação do país alardiada pelo governo e que, bem sabemos, não passa de marketing e distorção de fatos. O país não está com sua dívida externa paga; não estamos com a dívida interna sobre controle; o país não cresce como deveria.

E quando esta bolha de confiança estourar, como farão para cobrir suas parcelas embutidas em altas taxas de juros? E se o crescimento do país não se sustentar nos níveis esperados e os postos de trabalho começarem a fechar?

Da mesma forma que foi covarde a concessão do cheque especial aos funcionários de baixa renda sem as devidas explicações, o governo ilude o cidadão e o torna mais um refém desses bancos, que tirarão até suas calças mais tarde.

3 comentários:

  1. O SHOWBUSINESS DO GOVERNO FEDERAL QUE SE INSTALOU DESDE 2002 LEVOU ESTE POVO TÃO INGÊNUO E ALIENADO A ENTRAR NO JOGO DO "VAMOS GASTAR".
    A CONTA GOVERNAMENTAL SERÁ PAGA POR TODOS OS BRASILEIROS QUE COMPRARAM DESDE UMA BANANA ATÉ UM AVIÃO ATRAVÉS DA ALTA CARGA DE IMPOSTOS.
    E A GASTANÇA PARTICULAR SERÁ PAGA COM ALTAS TAXAS DE JUROS BANCÁRIOS PELOS MESMOS QUE ACREDITARAM NAS FALSAS PROPAGANDAS.
    Marisa Cruz

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  2. Eu não concordo como Marisa Cruz, quando chama o povo ded ingênuo...O povo é malandro e não ingênuo. Chega a ser ingênuo porque quer ser malandro e sua malandragem se volta contra ele próprio. Não vamos nos iludir, achando que o ´povo está sendo enganada por políticos inescrupulosos...O povo sabe que eles não prestam, pois o ele, o povo, presta menos ainda, por eleger gente sem competência, sem moral e sem qualquer qualificação. Nós que nos indignamos somos as maiores vítimas, pois, vemos, denunciamos e não podemos fazer mais nada... O Sr. Álvaro Dias, teve a audácia de vir bater boca comigo no twitter e me chamar de ignorante...Fazer o que? Esperar que Deus tenha piedade de todos nós!!!!!!!

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  3. Agradeço demais a gentilezas das excelentes participações. O blog, afinal, está cumprindo seu papel: instigar à discussão sadia e que faz despertar o raciocínio.

    Grande abraço a Marisa e Márcia!

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Valcir Machado