terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Na velocidade da lentidão.

O mundo está mudando. Novidade alguma nisso. Muda na velocidade dos bits, pela mão dos novos gênios, com a disseminação voluntária da boa informação.
O mundo Árabe é o exemplo mais notório do momento atual, onde a conexão é a palavra chave dos levantes, congregando ideais e valores - mesmo que este movimento tenha sido articulado inicialmente por militares de forma velada.
Sem muito esforço, as pessoas se identificam e se reconhecem em seus desalentos, devaneios, esperanças e certezas, como povo, enfim, deixando claro que essas certezas são o rumo que o país deve tomar.

Mas como até na ocupação fomos meio diferentes da grande maioria dos povos, não poderíamos estar descendo na mesma onda junto com os demais. Temos que esperar sempre a próxima onda, pretenciosamente, sobrando-nos como consolo as marolas de final de maré. Perdemos os bondes da história e deixamos pra agir depois de todos, vendo passar ao largo as grandes oportunidades. Só para ilustrar, por quê não embarcamos juntos no movimento das 'Mães da Praça de Maio' da Argentina, já que vivíamos - e ainda vivemos - o mesmo argumento do movimento?

Não somos nem melhores nem piores que qualquer outro povo do mundo. Somos apenas complacentes demais com desmandos e incoerências. Somos um povo elogiado por ser acolhedor, alegre, gentil, 'da paz', o que hoje deixa de ser virtude para ser defeito.

As mudanças em nosso país não acontecem realmente. O Brasil é reconhecidamente 'o país do faz de conta'. Nada funciona com a efetividade das boas soluções. Nos acomodamos com paliativos sociais e políticos, vendo a história passar à nossa frente, perdendo os bondes das melhorias e deixando como herança lixos estruturais e morais aos nossos descendentes pela nossa eterna espera do momento ideal.

Temos que sair à nosso favor como povo e como país. Esqueçamos as boas maneiras - que seja! - para mostra que queremos e merecemos respeito como povo, como cidadãos, como gente que alimenta a esperança de dias melhores pelas virtudes, que ainda é a nossa essência.

Um comentário:

  1. O brasileiro é um povo acomodado, pouco preocupado com o bem coletivo. Prefere "ser feliz" a ter ideais políticos.

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Valcir Machado