segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Inocente perdão.



Escoava-se pela pena em rabiscos, absorto em devaneios típicos da saudade.
Não percebia entre frestas o lume a lhe tocar a face, o luar que sorrateiro espreitava.
Cheio do encanto que vivera, assediando sem consolo a própria alma,
Desprende da mão a letra tocada de sentimento; uma lágrima. Nada escrevera!

Tornou de onde veio com o afã do encontro, louco de pesar pelo tanto que não fizera.
Perdera-se num ponto qualquer de si mesmo quando esperou ser mais do que era.
Esperança de aceitação, único desejo agora, razão única de voltar.
Já, de si, nada a mais esperava.

De tudo o que recebera, o sorriso foi mais marcante, espalhado no rosto daquela com quem tanto sonhara.
Pula em seus braços doce menina, que das poucas realizações, a que de fato amava.


5 comentários:

  1. Que bonito, Valcir. E faz pensar, é um bocadinho incômodo, como todo o bom texto porque põe o dedo na ferida.

    "Perder-se em si" pode parecer até seguro mas não creio que seja, se bem analisado...

    Um beijo.

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  2. Olá, Valcir.

    Estava meio sem tempo, mas agora consegui dar uma passada por aqui e encontrei este texto incrível que foi postado justamente no meu aniversário! Muito bom mesmo e poeticamente denso - da melhor qualidade!

    Abraços.

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  3. Há poesia sim em toda a parte aonde pousarmos nosso olhar, como bem o diz nosso amigo Marcos.
    E essa minha poeta do cotidiano, Luna, sensível como só ela.
    A ambos, meu respeito, consideração e agradecimento pela gentileza.

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  4. Quase sem palavras... de tão bonito, emudeci!

    Beijos n'alma!

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  5. Agradeço demais, Du!!! Vc, como sempre, muito paciente e tolerante com meus textos simples.
    Agradecimentos que vem do fundo d'alma!

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Valcir Machado