sexta-feira, 5 de junho de 2009

Ainda há tempo!

“Ninguém pode voltar atrás e fazer um novo começo, mas qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim!”
Chico Xavier.

Há alguns meses prestando serviço no Conselho Tutelar desta cidade de Viçosa do Ceará, me vem chamando a atenção o crescente número de desvios de comportamento entre crianças e adolescentes.

De tudo um pouco se vê: evasão escolar, pequenos e grandes delitos, arrogâncias e prepotências; um errôneo esteio nos ditames do Código de Defesa da Criança e do Adolescente para amparar más condutas, e, o que credito como principal, a falta de respeito com os mais velhos e até com os próprios pais.

Vemos crianças de 10, 12, 14 anos afrontando seus pais quando estes tentam lhes impor algum limite, seja na cobrança de seus estudos e freqüência às aulas; seja no cerceamento do direito de sair de casa na hora que eles bem entendem, negligenciando, inclusive, os estudos e as obrigações de cooperação no lar; seja no aconselhamento acerca de amizades pouco recomendadas; seja no horário de voltar para casa ou de refeições, etc, etc, etc, enfim. Os jovens estão avessos a todo e qualquer limite que qualquer adulto lhes queira impor e que, bem sabemos, moldam os cidadãos de bem. Perdeu-se por completo o respeito, ou o temor, como queiram, por todo e qualquer tipo de autoridade, seja ela paterna, policial, religiosa ou simplesmente instituída.

A máxima “Para cada direito corresponde uma obrigação cumprida!” já não está mais valendo nos dias de hoje. Eles querem poder gozar de todos os direitos – inclusive dos que ainda não lhes cabem, como beber, jogar, virar noites em farras e orgias –, negligenciando por completo toda e qualquer obrigação, até a de ser cordial com seus semelhantes, tanto menos com seus pais.

O que houve?

Em algum momento da trajetória de nossa sociedade houve um pequeno desvio que, como nas rotas de uma aeronave, resultou numa distância muito grande em relação ao destino.

Aonde anda o respeito aos mais velhos e à palavra dada? Aonde anda o trabalho de sol-a-sol que sempre evitou a ociosidade e, por conseqüência, a vadiagem? Aonde anda o orgulho por ver sua família bem estruturada e assistida? Aonde anda a religiosidade? Aonde andam, por fim, o amor, a consideração e a obediência?

Sinais, como se fora uma febre, de que há uma doença se instalando em nosso corpo social.

Fórmulas não existem. Temos, sim, que educar esses filhos e re-educar seus pais, visando dar a estes a segurança necessária para tornar as suas influências sempre mais significativas que as da TV, que as do consumismo, que as das amizades funestas; e àqueles a antiga segurança de que seus pais continuam querendo apenas o seu bem-estar e sua boa formação. Lembrar a todos, por fim, que partindo da boa estrutura familiar é que teremos a sociedade com a qual todos sonhamos.

E para isso venho humildemente sugerir duas pequenas atitudes: a implantação de um serviço militar obrigatório em nossa região e a organização de uma escola exclusivamente para pais.

Sei das críticas que receberei pela idéia militar. Apesar de nunca haver feito parte de nenhuma das três armas, sei do esmero à disciplina por elas imposta. É o princípio, a meu ver, de todo o resto.

Mas de nada valerá esta atitude isoladamente. Por isso a sugestão da escola para pais, onde estes receberão subsídios para dar prosseguimento ao iniciado nos quartéis. Junto a isto a participação regular de ambos os pais na escola do filho, acompanhando com professores e direção as possíveis e necessárias correções de rumo.

1 – Tiro de Guerra:
Onde o jovem terá instrução militar em um turno e estudará regularmente em outro, sem contar com as atividades esportivas característica nesta formação.

2 – Escola para Pais:
Formada prioritariamente por educadores sociais e membros das comunidades reconhecidamente bem sucedidos na arte de educar e, o mais importante, detentores de bom conceito nessas comunidades.

Os programas, digamos, “didáticos” deverão ser discutidos entre a equipe formada para coordenar este projeto, contando com a participação de assistentes sociais e psicólogos.

Entendo que estaremos criando uma geração nova com novos valores morais e evitando o futuro lamentável que hoje se nos apresenta.

Não contemplo nesta ação a correção dos atuais “delinqüentes”. Para estes, uma vez que os mecanismos sociais e jurídicos que temos se mostraram pouco eficazes, não vislumbro soluções senão paliativas. Preocupo-me, pois, com as gerações vindouras, com os recém casados que virão a ter seus filhos e com estes novos filhos. Poderemos, pois, “sanear” a relação entre pais e filhos se começarmos neste instante.

2 comentários:

  1. errr...
    eu concordo com a parte do desrespeito de um modo geral, mas acho que não gostaria de ter que participar forçada de uma das três armas (de preferência aeronáutica)...

    mas ei, cadê teus outros textos q tu havia publicado aqui,hein? tinha mais, não?

    beijo!!

    Camilla

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  2. Vou aguardar que vc escreva sobre a mais nova polêmica: falta da obrigatoriedade do diploma de jornalista!!!! Um verdadeiro absurdo!!! aprovado pelo Senado. Os caras piraram de vez e acho que perderam a última rebiboca da parafuseta q ainda tinham!!!! Estou INDIGNADA.... Bjs.

    Marcevania.

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Valcir Machado